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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Relato (breve) da gestação até o parto

Primeiramente, um milhão de desculpas por simplesmente sumir. Achei que seria fácil viver grávida, trabalhar, estudar, organizar mudança, comprar o enxoval da bebê e ainda assim ter um blog pra escrever uma ou duas vezes na semana sobre a rotina da gravidez... não deu tempo, e agora com a Duda completando seus três meses que eu consegui nos organizar.

Minha DPP era 07 de outubro. Eu estava super confortável até a 35ª semana, confiante em aguentar só mais 5, até no máximo dia 11. Já tava na mente que seria cesárea, pois passei a gestação inteira hipertensa, engravidei obesa e com 24 semanas comecei a eliminar proteína pela urina - quadro completo de pré-eclâmpsia. Meu obstetra não havia me tirado as esperanças do meu tão sonhado parto normal... mas deixou claro que as chances eram remotas.

Uma semana antes de parir eu tinha ido à maternidade umas três vezes, perdendo líquido, com contração, "não é agora ainda, mãezinha". Estava afastada por 7 dias do trabalho, mas não era nada demais. A Duda só tava pesada. Todas as minhas ecografias a partir da 24ª semana foram com doppler, porque a medida que o tempo passava a situação ganhava mais risco. Eu era a personificação do inchaço e das lágrimas; usava alguns travesseiros e às vezes o colo do Rodrigo pra dormir (ou cochilar entre os xixis da madrugada). Fiquei insuportável.

Íamos fazer o chá de fraldas em setembro, mas depois de muita conversa, graças a Deus decidimos fazer em agosto. Exatamente um mês antes da data da internação. Ganhamos 103 pacotes de fralda, algumas roupinhas e 2 pares de sapatos. Daí pra frente era só lavar, passar, higienizar e esperar nossa princesa. Só que como era pra ela chegar na primeira semana de outubro, não me organizei pra lavar as roupas muito antes dessa data. Não queria que sujassem, nem pegassem poeira.

Mamãe e papai da Duda felizes, cansados e aliviados. Fraldas!

Pois bem, no dia 15 de setembro, data do fim do meu atestado, tenho um exame pra fazer no hospital em que ia ganhar bebê. A tarde teria que ir trabalhar, mas não me senti disposta e tava muito inchada, as dores perto do umbigo não passavam e eu não percebia mais tantos movimentos na Duda. Voltei pra casa, almocei e tive uma repentina queda de pressão. A mesma que acordou 15/10 estava 7/4. Dormi a tarde inteira, sozinha em casa, pois o Rodrigo estava trabalhando. Quando acordei já era início de noite, lavei a casa, os panos de chão, lavei e passei as roupas, fiz um arroz com camarão divino, liguei pra minha mãe vir jantar aqui em casa e num estalo peguei a lista do que levar pra maternidade e lavei as bolsas e roupinhas da Duda. Rodrigo chegou do trabalho, como era terça-feira, ele foi pro futebol; minha mãe veio jantar e brigou comigo porque eu tinha lavado algumas das roupinhas dela (tá muito cedo, já te disse que esse fim de semana a gente lava tudo!).

Deu 23h30, Rodrigo chegou do futebol e foi jantar. Fui fazer meu brigadeiro de panela pra relaxar e assistir à final do Masterchef. Fiz o brigadeiro e coloquei pra esfriar, comi a rapa da panela e o Rodrigo foi repetir o prato. Coloquei a comida da cachorra, a Mabel. Quando eu levantei, senti um líquido bem quentinho descer as minhas pernas. CARACA! Corri pro banheiro e fiquei lá, tentando adivinhar se era xixi ou LA. Chamei o Rodrigo com toda calma do mundo e disse "acho que a bolsa estourou." Ele deu um pulo do sofá e começou a andar de um lado pro outro na nossa sala minúscula, enquanto eu tomava um banho rápido só pra tirar o suor e trocar de roupa. Ele ligou pra minha mãe, que apareceu em 5 minutos, arrumando umas roupas na sacola e falando "Vai, vai pro hospital que eu me viro aqui! Dê notícias!"

Chegamos ao núcleo Materno-Infantil do hospital e o Rodrigo havia perguntado por todo o percurso se tava doendo e eu respondendo que não, com uma toalha entre as pernas pra tentar segurar o LA. Estava super vazio e assim que dei entrada fui chamada, o médico da emergência tava lá com uma estagiária, fazendo perguntas. Deitei pro primeiro toque da maratona: 3 cm de dilatação, às 00h40 do dia 16. "Vamos te internar", disse o médico. Até então, nada de dor. Fiquei lá, no meu cantinho, sentindo contrações bem levinhas até que apareceram minha mãe e minha tia, super atenciosas e prestativas. Quando elas foram embora, o Rodrigo voltou pra me acompanhar e, às 2h18 da madrugada, a primeira dor do parto. (Só que eu não sabia que iria doer mais, hahaha) As contrações estavam bem tranquilas, mas eu já não tinha mais tanto LA, porque quando a bolsa rompeu, caiu bastante. Fiquei lá, esperando a boa vontade da Duda. Consegui dormir até as 4h da manhã, que foi quando as contrações começaram a apertar entre 5 minutos e com dores mais fortes.

Minha mãe tinha me dito que Duda nasceria umas 8h ou 10h da manhã... Quando amanheceu e eu já tinha ouvido uns 3 bebês nascendo, me apareceu outro médico e, CREIAM, eu tinha dilatado só mais 1cm. Tava lá há 5 horas sentindo dor, sem tomar remédio algum (e sem comer!!!) e só tava com 4cm de dilatação! As horas foram passando e eu sentindo mais dor, mais bebês nasciam e a Duda lá dentro do quentinho dela. Comecei a fazer exercícios pra dilatar. Durante duas horas os exercícios - e os 150 mil banhos que tomei - não adiantaram nada. Mais contração e nenhuma dilatação.

Quando deu meio dia o Rodrigo entrou em desespero: 12 horas de bolsa-rompa, nenhum soro ou antibiótico na veia, tinha 5cm de dilatação e eu achava que não aguentava mais de dor. Eu mantive a calma, o tampão desceu cheio de sangue vivo, eu agachei e dancei e rebolei na bolinha de pilates (tudo isso embaixo do chuveiro!), morta de sono, parecendo um zumbi cheio de dores.

14h o Rodrigo precisou sair e eu fiquei com minha (outra) tia. Ela trabalhou duro! Já chegou dizendo que não assistiria o parto, mas foi lá e me deu banho, massageou minhas costas, segurou minha mão e respirou cachorrinho junto comigo. Perguntava se tava doendo e gemia de dor junto comigo. Eu comecei a gritar quando a Duda coroou. Não tinha mais noção da hora ali. Ela não me deu pouco trabalho... Comecei a sentir contração o tempo inteiro. Quando acabava uma, começava outra. Não sentia mais o lado direito do meu corpo, a fisio fez papel de doula. Pedia pra eu fazer força, porque ela estava vindo, porque eu era uma guerreira, porque eu estava me comportando bem demais!

Aí, do nada me deu vontade de fazer MUITO xixi, Eu ri. E pedi desculpa porque não ia conseguir. Falei "vou mijar na toalha que eu trouxe, coloca ela aqui." Minha tia foi lá e colocou, aí recuperei a consciência. Por 30 segundos. Falei que não ia conseguir fazer xixi, tava doendo demais, não tava sentindo meu pé, minha mão, não conseguia fazer a força. Minha tia (que hoje é madrinha da Duda) foi tirar a toalha de lá, porque eu pedi. Dra! Tem alguma coisa estrA CABEÇA! 

FORÇA, MÃEZINHA! ELA TÁ AQUI!

FORÇA, TITIA! FALTA SÓ UM POUCO!

Minha tia avó segurou meu braço direito, eu senti. Minha tia que sempre esteve lá segurou minha mão esquerda e eu apertei. A médica segurou minha mão direita e eu fiz força. Muita. Ergui o corpo da maca e minhas vistas escureceram, pensei que não conseguiria. Tava doendo demais! Mais uma contração e ela nasceu, sozinha, segurada pela enfermeira e imediatamente colocada nos meus braços.

Ela chorou com dificuldade. - Calma, minha filha... não chora, a mamãe tá aqui.


Duda - 30 minutos de vida
Nasceu às 15h do dia 16/09/2015, com 46cm e 2,825kg

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Gravidez - Como deixei de me reconhecer

Oi!

Engravidei no início de Janeiro de 2015, mas só descobri no meio de março. (Já tive alguns problemas nos ovários, então não menstruar era super normal.) Claro que eu tinha sintomas, mas nem ligava muito, porque vez ou outra eu me sentia enjoada ou com dores fortes na cabeça assim, do nada. Só que teve um dia, no trabalho, que eu passei muuuito mal e vomitei a manhã inteira, sem ter comido nada. Então, desconfiei e no outro dia, fui no hospital. Eu que tive que pedir o exame, pois o médico disse que era só uma enxaqueca. O exame deu negativo, mas como continuei com os sintomas, na outra semana fui no Sabin e tcharammm, grávida de 2 meses! Foi muito susto e muita lágrima e não sabia o que fazer da minha vida,

Mas isso não era nem o início do que eu já passei e vish, cheguei nem na metade! pra me sentir tão diferente que nem parece que sou a mesma pessoa de janeiro ou fevereiro. Sou uma pessoa muito grossa e pra me fazer chorar, tem que trabalhar muito. Hoje, minha sensibilidade chega a níveis irreconhecíveis e se alguém me pega chorando e pergunta o motivo, certamente vou responder não sei!!! e vou continuar chorando. A-do-ro comer, mas tô com um apetite péssimo (o que piora na ingestão de comidas que preciso comer) e ando mantendo distância de doces, por opção. Essa, definitivamente, não seria eu em situações normais. Mas tô me amarrando em comer verdura! Ao menos uma notícia boa pro meu obstetra. :)

Tenho o péssimo hábito de ser preguiçosa, mas ultimamente estou de parabéns, meus exercícios físicos são: da parada de ônibus pro trabalho, da parada de ônibus pra faculdade, os dois andares de escada que subo pra chegar na minha sala da faculdade, desço as escadas e vou pra parada. De lá, volto pra casa. Apenas. Grávidas, exercitem-se! Dizem por aí que o bebê também fica preguiçoso se você ficar.

De um modo geral, as oscilações de humor podem fazer você, mãe amiga, perder um dia ou dois de amor e paz com as pessoas que a cercam. Sei que é involuntário, mas vamos tentar dar uma respirada e curtir a parte boa que (no meu caso) tá chegando. Grávidas sonham bastante com o segundo trimestre. Se for pra chorar, sorrir, brigar, ficar carente, ou qualquer coisa: faça com gosto e com amor, pois nenhuma gravidez é igual a outra e momento nenhum desses nove meses poderão voltar! 

Fiquem com Deus...



segunda-feira, 4 de maio de 2015

Meu primeiro amor

Eu vejo você. Por mais que quase ninguém veja, eu vejo você. E eu cuidarei para que toda essa energia ruim nunca ultrapasse os limites de paz que luto para manter em volta de ti. Além de te ver, eu amo você. Com toda a força que eu puder ter, vou te defender. As vezes parece idiota, mas se existe uma verdade, ela diz assim: se eu puder morrer por ti, estarei morta. Hoje eu tenho um novo motivo para manter-me forte, pois imaginar-te dia após dia faz de mim um ser feliz. Eu só te vi uma vez, e como foi rápido! Queria, por mais tempo, ouvir as batidas do seu coração e acompanhar seus pequenos movimentos. 
Um dia você saberá que todo o esforço e dores e sofrimento que trago e carrego aqui, será para o seu conforto. Toda gota de lágrima que até então caiu (e ainda vai cair) se dissipará quando eu ver o seu sorriso, ouvir a sua voz e puder tocar suas mãos. Esse amor é inexplicável e inconfundível. Esse amor que não tem forma e não tem medida, tem o seu nome e é recarregado em mil por cento a cada batida contida do seu coração. 
Como eu queria saber o teu nome, como eu queria tocar você agora e sentir que isso tudo é real e está a cada dia mais presente em meus dias. Eu te amo, e nunca amei ou amarei tanto alguém assim. Obrigada por vir bem quando eu precisava ne sentir útil e necessária pra alguém.


Para o meu meu bebê. <3